2º SEMINÁRIO DE FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO INTEGRADO NO IFSUL FAZ MOVIMENTO DE RESISTÊNCIA AO DESMONTE DA EDUCAÇÃO NO PAÍS


Diante de uma conturbada conjuntura e com o desafio de defender os Institutos Federais e o Ensino Médio Integrado contra o levante do conservadorismo que ataca a educação, o Sinasefe-IFSul e a Reitoria do IFSul realizaram a segunda edição do Seminário de Fortalecimento do Ensino Médio Integrado no IFSul. O evento foi realizado no Campus Sapucaia do Sul, no dia 25 de outubro.

O diretor geral do campus Sapucaia do Sul, Mack Léo Pedroso, prestou uma homenagem aos servidores, pela passagem do Dia dos Professores e do Dia dos Servidores Público. Mack Léo também fez a leitura de um documento em apoio ao campus Camaquã, repudiando os ataques caluniosos proferidos pelo representante do Partido Social Liberal (PLS), Vítor Hugo Lindenau, em entrevista na Rádio Acústica FM de Camaquã, no dia 22 de outubro.

Durante a abertura, o reitor do Instituto Flávio Nunes destacou o avanço do Ensino Médio Integrado no IFSul, que a partir de 2019 estará ofertando a modalidade em todos os seus 14 campi. No entanto, ponderou que o Instituto precisa avançar significativamente na oferta do PROEJA. A modalidade ainda se apresenta como um desafio a ser trabalhado e superado em parceria com as gestões e em seminários como este.

O reitor aproveitou o momento para lançar alguns desafios e fomentar as discussões. Entender o aluno que chega na escola, nas diferentes modalidades de ensino, suas motivações e formas de aprendizado são desafios latentes na rede. Além disso, a atualização das práticas pedagógicas, de modo a considerar a conjuntura atual, mas sem deixar os pilares que sustentam uma educação socialmente referenciada e emancipadora, instigou o reitor.

O coordenador de ação do Sinasefe-IFSul, Manoel Porto Jr., falou sobre a importância de ter o ensino médio integrado como concepção pedagógica para nos levar a uma educação que, articulada com um projeto nacional soberano, possa dar uma condição de vida melhor para a população do nosso país. 


Bases conceituais e Diretrizes do EMI

A primeira mesa do dia focou no debate acerca das concepções e diretrizes gerais do Ensino Médio Integrado. Manoel Porto Jr., iniciou o debate discutindo o conceito de politecnia, enquanto uma educação que possibilita a compreensão dos princípios científicos, tecnológicos e históricos da produção moderna, mas sem limitar os alunos. O objetivo é a emancipação do aluno, de modo que ele possa ter condições de escolher que caminho profissional irá trilhar a partir da educação profissionalizante e não ser limitado por ela.

O professor e pesquisador do IFSul, Sidinei Cruz Sobrinho, pautou a necessidade de fazermos uma autocrítica. Embora a rede federal de educação apresente índices de aproveitamento positivos, muitas vezes superiores aos da rede privada, a falta de consciência sobre o papel primordial dos institutos é muito grave. A rede federal tem como papel central a promoção da educação profissionalizante, sendo o EMI a modalidade na qual os institutos apresentam os melhores índices de desempenho.

No entanto, a realidade é que 117, dos 644 campi da Rede Federal, não ofertam o ensino profissionalizante na modalidade integrada. No EJA a situação é ainda mais alarmante, 418 campi não contam com essa modalidade de ensino. Enquanto isso, mais da metade dos adultos brasileiros não chegam ao ensino médio. Deixando, assim, uma grande lacuna e espaço para o desenvolvimento da rede. Sobrinho adverte, no entanto, que é preciso compreender que a educação profissionalizante é a base da Rede Federal e abraçar essa identidade.


PROEJA

A mesa Relatos e Experiências do PROEJA no IFSul teve a presença dos coordenadores de curso dos campi Pelotas e Sapucaia do Sul e da professora e pesquisadora do IFGO, Mad"Ana Ribeiro de Castro. Lilian Dilli Gonçalves, coordenadora do PROEJA no campus Pelotas, falou sobre a trajetória do ensino de jovens e adultos no instituto, que teve início na década de 90. Atualmente, o campus oferece o curso de Edificações na modalidade EJA.

O coordenador do curso técnico em administração do campus Sapucaia do Sul, Guilherme Reichwald Jr., falou sobre a experiência e o processo de amadurecimento do programa, que completa dez anos de atividade. Com a pedagogia do cuidado como norteadora do programa, o coordenador comemora o sucesso obtido ao adotar uma abordagem preocupada com a realidade dos alunos, suas necessidades e verdadeiramente acolhedora.

 A professora e pesquisadora do Ensino para Jovens e Adultos, Mad’Ana Ribeiro de Castro (IFGO), propôs um debate sobre o cerne do problema da educação. Para a pensadora, nosso desafio começa em compreender que sociedade é essa que deixa milhões de adultos sem acesso à educação básica, que nega um princípio constitucional claro. Então, é necessário compreender quem são estes sujeitos excluídos da educação e como eles têm sido historicamente tratados em nossa sociedade.

Mad’Ana destaca que é preciso garantir uma educação pública, mas não uma educação pública qualquer. A defesa da educação deve garantir uma educação integral para estes cidadãos, pois mais de 80 milhões de adultos sem acesso ao ensino médio não é uma questão de programa, mas de políticas públicas permanentes e inclusivas.


Encerramento:

Durante o encerramento, estudantes do PROEJA em administração do IFSul Campus Sapucaia do Sul apresentaram o projeto final do curso, no qual foi criada a empresa Lumisix. O trabalho envolve a criação, produção e comercialização de um produto ou serviço. A Lumisix, escolhida pela turma, desenvolve luminárias artesanais, que utiliza materiais reciclados em sua produção e lâmpadas frias para evitar acidentes. Após, as alunas fizeram uma homenagem ao instituto e presentearam o reitor com uma luminária.

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