GOVERNO TEMER MIRA ENSINO A DISTÂNCIA E MAIS CORTES NA EDUCAÇÃO


Em dois anos de governo Temer, os ataques à educação são uma constante e terão consequências prolongadas. Depois de propor até 40% do ensino médio à distância, em mais uma ação de precarização alinhada aos interesses do setor privado, o Ministério da Educação derrubou uma portaria que definia o investimento de cerca de R$ 50 bilhões por ano em melhorias nas condições de ensino por todo o país.

Em meados de março, o governo editou uma nova portaria criando o Comitê Permanente de Avaliação de Custos da Educação Básica (CPACEB). A medida derruba dispositivo anterior que visava à implementação do chamado Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi).

Em 2017, o governo Temer já tinha sido alvo de decisão judicial que obrigava o repasse aos estados e municípios do montante necessário para a aplicação do CAQi, dispositivo que garantiria que toda escola no país contasse com professores mais bem remunerados, turmas com número adequado de alunos, bibliotecas, laboratórios de ciências e informática, internet banda larga e quadra poliesportiva coberta, dentre outras medidas. 

O coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que o governo Temer atua de maneira articulada, e que a resistência à implementação do CAQi vem na sequência de medidas como a Emenda Constitucional 95, que vai fazer com que o Estado não invista nenhum centavo novo em saúde e educação por 20 anos, e a reforma do ensino médio, classificada por ele como "a pior reforma de educação secundária no mundo". 

Daniel lembra que os recursos anuais necessários para a implementação do CAQi – de cerca de R$ 50 bi – representa cerca de 0,15% do orçamento da União. "O governo Temer, na realidade, não se preocupa com a sociedade brasileira, com o povo brasileiro. O único compromisso dele é com o mercado financeiro", afirmou ao repórter Leandro Chaves, para o Seu Jornal, da TVT. 

O presidente da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp), Celso Napolitano, também critica as propostas que atendem apenas aos interesses dos empresários do ensino privado. 

"A primeira atitude dele foi a nomeação do Mendonça Filho para o ministério da Educação, que é um representante da "bancada do livro"", que reúne os interesses das grandes editoras e mantenedoras do ensino privado. "Agora culminou com esta possibilidade de haver uma decisão – uma portaria do Conselho Nacional de Educação (CNE) – abrindo para o ensino médio 40% de educação à distância. Fora isso, a questão da própria aprovação da reforma do ensino médio que é um verdadeiro absurdo."

Postagens mais visitadas deste blog

OPOSIÇÃO IMPEDE NOVA VOTAÇÃO DO PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO

"IDEIAS DE GUEDES PARA PREVIDÊNCIA SÃO PIORES QUE AS DE TEMER", ALERTA ESPECIALISTA

MP QUE PRIVATIZA SETOR DE SANEAMENTO PODE SER VOTADA NESTA TERÇA NO CONGRESSO