Editorial - Sinasefe Nacional


O governo Dilma tem subestimado os servidores, menosprezando constantemente a capacidade de mobilização e articulação das bases. A tônica do discurso é alavancada pela manutenção do estabelecido, sobretudo por organismos do capital internacional, prejudicando aqueles que trabalham e contribuem para a construção da sociedade brasileira. 
A faceta sinistra do Governo Dilma se mostra. Propõe um reajuste salarial e um plano de carreira sem ganhos reais para aproximadamente 90% dos professores federais de educação, parcelado em três anos, mas anuncia pela mass mídia que há aumento de 45% para a categoria. Ao mesmo tempo, nega qualquer possibilidade de negociar a reposição salarial dos técnico-administrativos. 
É visível o incomodo do governo perante a luta e as reivindicações dos trabalhadores do serviço público federal como um todo. Mais e mais servidores aderem à greve, tais como os das agências reguladoras (Anatel, Aneel) as quais, curiosamente, possuem as mesmas pautas: reposição salarial e (re)estruturação da carreira, muitas sem qualquer atualização há anos. 
Todavia, é importante salientar que a tabela lançada nos meios de comunicação pelos Ministérios do Planejamento e da Educação encantou em um primeiro momento a muitos. Os números que aparecem nas tabelas serviram como o pote de ouro no fim do arco-íris. No entanto, a proposta governista de carreira para os trabalhadores da educação possui um viés produtivista, sem garantir qualquer respaldo ou condições necessárias à qualificação, desmerecendo a importância da experiência acumulada com o tempo de serviço. É, portanto, uma grande armadilha para os docentes. 
Não podemos permitir que se coloque no centro do debate apenas as tabelas docentes, para que não se perca de vista o conjunto das nossas reivindicações. A pauta dos técnico-administrativos é totalmente ignorada pelo Governo Dilma. 
Diante disso, é necessário repensar estratégias de luta que pressionem o governo a negociar também as reivindicações dos técnicos, pois a greve não é apenas dos docentes. É fundamental conclamarmos todos os técnico -administrativos a que desafiem essa imposição, para que tal iniciativa pressione definitivamente o Governo Dilma a negociar com uma categoria tão importante para o funcionamento das instituições federais de ensino. Exemplo disso é o ato de ocupação da Reitoria do IFTO, promovida pelos servidores a part
ir do dia 17 de julho. Outro exemplo é ação dos servidores do campus Juiz de Fora, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais de suspender a efetivação das matrículas dos candidatos aprovados no Processo Seletivo 2012 – 2º semestre. Essa deve ser a diretriz principal do movimento: ações radicalizadas. 
As outras pautas não são tratadas, inclusive, tais como a expansão da rede de forma precarizada, além das péssimas condições de trabalho dos servidores nos Institutos Federais. Faltam profissionais qualificados para preencherem vagas, sobretudo no interior do Brasil, desestimulados pelos salários baixos, sem uma carreira atraente e sem as mínimas condições de moradia e trabalho. Há ainda a falta de democracia nos campi, a falta de equipamentos para laboratórios, a inexistência de prédio próprio, o assédio moral de alguns dirigentes, muitas vezes escolhidos apenas por indicação política. Todos esses fatores são muito bem conhecidos pelos servidores da educação e compartilhados entre nós nesse período paredista, percebendo que tal realidade não é restrita a essa ou aquela localidade, mas revela ser uma política de governo pífia e capenga para a educação. 
A greve continua cada vez mais forte! Continuamos mobilizados, pela unidade dos trabalhadores na luta. 

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