Estamos em estado de greve. O que isso significa?

Na assembleia geral do dia 26 de setembro os servidores do Instituto Federal Sul-rio-grandense, com representação sindical do Sinasefe-IFSul, aprovaram, por ampla maioria, a deflagração do estado de greve. A determinação tem sua origem em uma deliberação nacional do Sinasefe e está sendo construída como a resposta dos trabalhadores às medidas que vêm sendo implementadas pelo governo e, em especial, aos graves ataques à Educação e ao funcionalismo público em curso no País.

O Estado de Greve se diferencia do indicativo de greve e da deflagração da greve em si. Ele é compreendido como uma situação aprovada pelos trabalhadores para alertar os governantes sobre a possibilidade de deflagração de uma greve. Assim, o estado de greve figura como momento de reflexão, debate e mobilização em torno de um processo que pode vir ou não a culminar em uma greve, aqui compreendida como instrumento legal e legítimo diante de reivindicações.

Como situação e, especialmente, como processo, o estado de greve pressupõe a continuidade das atividades laborais (ensino, pesquisa e extensão). A diferença é que, com os servidores organizados sob esse estado, as ações de luta e mobilização passam a ser mais cotidianas e necessitarão ainda mais de participação. Professores, técnico-administrativos, estudantes, todos são convidados a opinar e a participar desse momento de construção.

Mobilização será intensificada 

Por isso, junto à aprovação da entrada em estado de greve, inicia-se o processo de construção de uma agenda de mobilização. Além das datas aprovadas nacionalmente como dias de luta da classe trabalhadora, os servidores podem organizar atividades sistemáticas que auxiliem no debate e na construção da mobilização. Estas atividades devem envolver a todas aquelas e aqueles que – favoráveis ou não à realização de uma greve – têm em comum a preocupação com os rumos que a Educação pública pode vir a seguir.

Motivos do Estado de Greve

A PEC 241 (que limita o investimento do Governo Federal, inclusive da Educação, pelos próximos 20 anos), o PLP 257 (PL 54, que impõe uma série de restrição fiscal, ataca servidores e prevê o congelamento do salário mínimo), a MP 746 (que impõe uma desastrosa reforma ao Ensino Médio, retirando a obrigatoriedade de disciplinas fundamentais à elaboração do pensamento crítico) e o “Escola Sem Partido” (que censura docentes e projetos pedagógicos) são alguns dos principais porquês da urgência desse estado de mobilização.

 Estado de greve é mobilização!

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