Islândia punirá empresa que pagar salário mais baixo para mulher



A Islândia é considerada por muitos especialistas como um pequeno laboratório político, econômico e social. Na segunda-feira, a ilha de pouco mais de 320 mil habitantes começou o ano dando um basta a um dos derivados da discriminação contra as mulheres na vida pública: a diferença salarial.

A notícia atende uma reivindicação histórica no país nórdico. As mulheres deixaram seus empregos quatro vezes nos últimos 42 anos para protestar contra a diferença salarial entre homens e mulheres; em 1975, 1985, 2005 e 2010. A partir de 1º de janeiro de 2018 (embora a iniciativa tenha sido aprovada na primavera passada pelo Governo anterior), as empresas com mais de 25 empregados que operem no país –que goza da maior taxa de emprego entre os países da OCDE (86,8% no último trimestre de 2017)– deverão tornar públicos os salários. No caso de um homem e uma mulher receberem uma remuneração diferente, apesar de fazerem o mesmo trabalho, a empresa em questão sofrerá sanções financeiras ainda não determinadas. É o primeiro país do mundo a levar a esse extremo as políticas de igualdade graças a Jakobsdottir, do Movimento Verde, a segunda chefe de Governo do Atlântico desde que Jóhanna Sigurðardóttir, abertamente homossexual, ganhou as eleições em 2009.

Embora a Islândia lidere há nove anos o ranking dos países mais equitativos do mundo, seguida por Noruega e Finlândia, de acordo com o Relatório Global de Igualdade de Gênero, o país teve uma queda entre 2013 e 2016, quando a diferença salarial aumentou em alguns setores como instituições financeiras e os municípios fora da capital do país, Reykjavík, de acordo com a Associação Islandesa dos Direitos da Mulher. Nesta nova legislatura, o Governo se empenhou em quebrar o teto de vidro (expressão que, nos estudos de gênero, designa a limitação velada do crescimento profissional das mulheres nas organizações) e, além de deixar a discriminação salarial no passado, acompanhará de perto o caminho já iniciado pela revisão da nova norma (chamada Igualdade de Pagamento Standard) a cada três anos.

Fonte: El País

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