Termina greve do magistério municipal
Transcrevemos notícia publicada no blog Amigos de Pelotas a respeito do encerramento da greve dos professores municipais. A categoria deu uma demonstração de determinação, maturidade e organização que possibilitaram levar o movimento até um ponto em que cabia sair da greve no momento certo. Eis a notícia:
A greve do magistério municipal terminou.
Os professores, em assembleia nesta quarta (16) no Colégio Pelotense, decidiram seguir proposta do Sindicato dos Municipários de Pelotas.
O Simp levou à assembleia proposta definida no Ministério Público do Trabalho, em que o fim da greve era condição para que seja cumprido acordo firmado ontem (15) com o MPT.
O Ministério propôs a formação de comissão composta por representantes do Executivo, Legislativo e Simp para debater a implementação do Piso Nacional do Magistério em Pelotas.
No acordo, a prefeitura se comprometeu a não punir os grevistas e pagaá os salários daqueles que estiveram em greve. Também se comprometeu a não promover retaliações funcionais contra os grevistas.
"Acabou a greve, mas não o movimento", diz a vice-presidente do Simp, Tatiane Rodrigues.
"Se em duas semanas a prefeitura não nos chamar para a reunião acertada para ocorrer dentro desse prazo, na Justiça do Trabalho, vamos convocar uma nova assembleia dos professores", acrescentou a dirigente.
Ela disse também que o Simp vai manter o Movimento 200 anos de Quê.
Pelotas faz 200 anos em 7 de julho próximo.
Segundo Tatiane, o movimento citado questiona se Pelotas tem motivo para festejar diante dos problemas vividos pela cidade.
"Não vejo motivos para comemorar quando lembro da situação salarial de 80% dos servidores municipais, que ganham menos que salário mínimo. Não vejo razão para festa do povo negro, dos bairros, da juventude, ainda mais com os índices de violência subindo".
Tatiane avisa que o movimento estará presente em eventos públicos, questionando os motivos dos festejos, como ocorrerá na Fenadoce, adianta.
“Realizamos onze assembleias a partir do término da greve do quadro geral e o início da greve do magistério, diversos tipos de mobilizações e manifestações, como marchas, audiência pública na Câmara de Vereadores, lavagem da calçada da Prefeitura, almoço em praça pública e várias inserções na mídia denunciando o descumprimento da Lei do Piso e dialogando direto com a comunidade”, informa Tiago Botelho Domingues, diretor do Sindicato.
Ao avaliar o movimento, Tiago aponta a diferença com relação aos anos anteriores. “Esta greve histórica foi única e exclusivamente para exigir o cumprimento da Legislação pela Prefeitura, haja vista que a constitucionalidade da Lei do Piso já foi reconhecida pelo STF em julgamento ocorrido em abril de 2011, com acórdão publicado em agosto e até agora desrespeitada pela Administração Municipal”, salienta.
Conforme Tiago, a categoria, por meio de sua entidade representativa, que é o Simp, antes de deflagrar a greve tentou, por diversas maneiras e em vários momentos, o diálogo com o prefeito, que sempre se negou a debater o pagamento do piso, buscando impor a alteração da composição dos vencimentos dos professores por meio de um novo plano de carreira que em verdade suprimia direitos e vantagens, e que terminou sendo rejeitado.
“O Simp espera o mais rápido possível a manifestação da Prefeitura quanto ao início das negociações para o cumprimento da Lei do Piso”, salienta o diretor do Sindicato, acrescentando que na assembleia já foram escolhidos os representantes dos professores e auxiliares de educação infantil que representarão a categoria nos debates propostos pelo Ministério Público do Trabalho.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura registra: "Com o fim da greve, de imediato foi determinada pelo prefeito elaboração de folha suplementar para o pagamento, dentro do menor prazo possível, do salário daqueles que ainda estavam em greve, bem como do vale-alimentação. Conforme o secretário de Administração, José Julio Caruccio, todo o esforço será feito para que o pagamento ocorra na próxima segunda dia 21..
