Saída da Gestão do Sinasefe IFSul dos Companheiros Leandro (Camaquã); Osni (CaVG); Maria Lúcia (CaVG); Vitor (CaVG) e Francilon (Santana do Livramento). Seguem os motivos:

Ao fazer parte dessa Gestão nosso objetivo principal era de expandir e consolidar nosso Sindicato em âmbito regional. Nossa política sempre foi o Sindicato Multicampi. No qual todos e todas pudessem se sentir partícipes do processo sindical. Nossa ideologia sempre foi a garantia de participação de todos os Campi, levando essas discussões para todos. A criação do Conselho de Representantes foi uma vitória incomensurável, pois, assim, conseguimos escutar os anseios e as sugestões de toda nossa base. Essa iniciativa foi coordenada diretamente pela companheira Maria Lúcia, ainda durante a Gestão anterior. Foi uma árdua batalha, pois toda mudança gera desconforto com quem estava sempre acostumado às mesmices. Mas conseguimos implantar. Porém, como dentro de nossa Gestão existem integrantes que não coadunam com nossas políticas de Sindicato Multicampi, baseada no diálogo com as bases, resolveram começar a gerar desconforto no grupo e a utilizar todas as justificativas possíveis e inimagináveis para nos desestruturar. Como estamos divididos em nossa construção de Política Sindical Multicampi, era natural que tivéssemos embates completamente desnecessários.

Levamos a todos os Campus diversos palestrantes, no intuito de esclarecer nossos filiados e servidores em geral em relação às políticas de retirada de direitos. Com isso, oportunizamos discussões proeminentes que serão de grande valia para o enfrentamento com o Governo Temer. Mas como sempre, o centralismo saudosista de alguns integrantes da Gestão gerou conflitos, mais uma vez desnecessários, e infundados. Uma vez que achavam gastos supérfluos levar essas discussões a outros campus.

No dia 20/04/2017 realizamos uma Reunião de Gestão para discutir os rumos que daríamos ao nosso sindicato. Naquele momento, alguns integrantes deixaram claro que não concordavam com o Multicampismo implantado por nós e encabeçado diretamente pela companheira Maria Lúcia. “Queriam de volta o Sinasefe em um único Campus localizado em Pelotas”. Tivemos discussões pessoalizadas, de cunho moralmente ridículo. Conversamos a respeito do caso “Seu Zé” (Funcionário que trabalha a 27 anos no Sinasefe IFSul) e foi consenso não demiti-lo em hipótese nenhuma. Além disso, ficamos preocupados como ele ficaria sem receber seu salário, após os 15 dias de licença saúde que "Seu Zé" estava gozando. Para corroborar com essa deliberação, temos a Ata da Reunião e conversas pelo Whatsapp. Ainda sobre este tema, a preocupação de parte da gestão era justamente o contrário, evitar  prejudicar o referido funcionário, por isso foi solicitado parecer jurídico sobre a possibilidade de continuarmos a pagar o seu salário. O referido parecer apontou que o sindicato, LEGALMENTE, só poderia pagar o salário nos primeiros 15 dias de sua licença saúde e após passaria para o INSS. No entanto, como o funcionário já é aposentado, o que inviabilizava este pagamento, foi acordado que outras formas de auxílio deveriam ser estudadas como alternativa.

Este é outro aspecto  que nos propusemos durante este período que participamos da gestão do sindicato. Em nenhum  momento práticar qualquer ato que tenha indícios de ilegalidade. Não compactuamos com o mal feito, com o “jeitinho”, com a “camaradegem”, que afrontam a impessoalidade e a isonomia. TODOS os filiados tem os mesmos direitos e as mesmas obrigações. Enfrentamos os ranços antigos e propomos mudar rotinas para melhor atender os filiados, razão maior da existência deste sindicato. Não aceitamos que filiados de campus distantes de Pelotas não tenham acesso a serviços, convênios e facilidades proporcionadas para os que estão próximos. Fizemos ações no sentido de resolver coisas simples, como, por exemplo, facilitar o acesso a informações para os filiados, que o telefonema de um filiado fosse atendido, que um email fosse respondido.  Mas é dureza, mexer em rotinas arraigadas incomoda.  

Temos certeza que a política Multicampi incomoda e dasafia a velha aristrocracia sindical, que se intitula detentora do poder vitalício.  O que é ser sindicalista? É uma questão sobre a qual precisamos refletir. Ser sindicalista é ter um dia participado da fundação de um sindicato? Um dia ter participado de uma direção sindical? Ser sindicalista é estar filiado há muito tempo? Obviamete que não. Sindicalista não é um diploma que valerá para a vida toda. Sindicalista são todos os que constroem Lutas diariamente. Sindicalistas são pessoas que, acima de tudo, respeitam a democracia.

No dia 24/04/2017 foi realizado uma Assembleia, cuja pauta não mencionava, em nenhum momento, o tema "Seu Zé". Mas em uma tentativa teatral, integrantes da Gestão resolveram, ao seu bel prazer, “adicionar” tal pauta. Cabe aqui destacar, que de forma covarde, rasteira, golpista e, acima de tudo, antidemocrática citaram o nome de nossa companheira Maria Lúcia, acusando-a de querer demitir o "seu Zé" sem nenhuma prova, argumento ou verdade. Utilizaram argumentos pífios e infundados, que somente demonstraram as práticas carcomidas de alguns integrantes da Gestão e de seus comparsas. Além disso, a companheira Mária Lúcia, QUE ESTAVA CUIDANDO DE SEU PAI EM UMA CIRURGIA, não estava na referida Assembleia, na qual foi execrada. Como estamos acostumados, em nosso convívio Sindical, a práticas machistas, era natural esperar que todas as acusações fossem destinadas à companheira Maria Lúcia. A acusaram de CENTRALIZADORA, AUTORITÁRIA E DE TER UM PODER DE PERSUASÃO INCRÍVEL. Ora, companheiros, dizer em uma Assembleia que todas as deliberações e atitudes partiam da companheira Maria Lúcia coloca os outros integrantes da Gestão na linha da ignorância e da subalternidade. Dizer que por causa do poder de persuasão da companheira Maria Lúcia todos nós integrantes aceitamos suas deliberações é, no mínimo, menosprezar a capacidade cognitiva de todos os integrantes da atual Gestão. Em que pese, nós temos em mãos gravações da conversa que tivemos com "seu Zé", na qual fica clara a intenção de deixar ele livre para sair de férias quando quisesse. Garantindo que no retorno ele teria seu trabalho. Mas é fácil acusar a companheira Maria Lúcia, já que a mesma não estava presente na Assembleia. Por que falamos em machismo? Nós da Gestão sabemos, e temos provas, que o único companheiro que ainda mantinha sua posição de colocar "Seu Zé" à disposição era do sexo masculino. Mas aí perguntamos, por que então escolher a companheira Maria Lúcia para receber todas essas ofensas e acusações infundadas? Em mundo marcado pelo machismo e pela total falta de respeito para com as mulheres, a naturalização do machismo transforma qualquer mulher que assuma uma posição firme em AUTORITÁRIA. Qualquer mulher que possua "poder de articulação" em persuasiva. Qualquer mulher que consiga coordenar um "monte de machos" em CENTRALIZADORA. Temos que refletir sim, sobre o porquê de tantas acusações, adjetivações e pessoalizações somente na companheira Maria Lúcia.

Temos que avançar nas questões sindicais e políticas e não ficar centrando forças contra nós mesmos. Nosso inimigo é outro. É esse governo golpista e seus projetos de retirada de direitos da classe trabalhadora. Não podemos ficar perdendo tempo com picuinhas, fofocas e atitudes rasteiras que servem apenas para desmobilizar e desunir nossa categoria. Onde só tenha lugar um único Campus localizado na Cidade de Pelotas. Onde o corporativismo desnecessário seja utilizado constantemente. Pedimos desculpas a todos e todas que confiaram em nosso trabalho e acreditaram em nossa luta pela construção e consolidação de um Sindicato Multicampi. Sairemos dessa gestão, após concluirmos atividades anteriormente programadas por nós e com as quais estamos, cientes do quanto fizemos pelo crescimento político do Sinasefe IFSUL. Mas, neste momento crucial de uma batalha cruel contra esse governo golpista, precisamos focar em nossa luta que é garantir os Direitos dos trabalhadores que tanto lutaram para conquistá-los.

A luta continua!!!
Até breve!!!
Fora Temer!!!
Nosso inimigo é outro!!!
Não a naturalização do machismo!!!
Sindicalista não é diploma!!!

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