#11deNovembro: Greve unificada com estudantes mobiliza servidores do IFSul em todo o estado
A sexta-feira, 11 de novembro, foi Dia de Greve Geral Unificada em todo o país. Trabalhadores, estudantes e sociedade tomaram as ruas, pararam bancos, ônibus e o comércio em diversas localidades. A luta contra a PEC 55, ou PEC do Fim do Mundo, unificou e tem tomado as ruas, demonstrando ao governo que haverá resistência contra os ataques e as sucessivas tentativas de retirada de direitos.
Em Pelotas, as atividades do Sinasefe-IFSul iniciaram às 7h30, em frente ao campus Pelotas, onde foi feita uma blitz com mateada e distribuição de materiais para servidores e população sobre os impactos dos ataques. Os servidores lotaram a frente do campus, com faixas e bandeiras desmascarando os ataques que estão sendo arquitetados contra a classe trabalhadora. Os manifestantes conseguiram, ainda, parar o trânsito local por alguns instantes, para a distribuição de informativos sobre a mobilização.
Por volta das 10h servidores e estudantes foram em marcha, com faixas e bandeiras, até o largo do Mercado Público de Pelotas, onde participaram da concentração para o Ato Unificado das entidades locais. Por aproximadamente duas horas, representantes do movimento sindical, estudantil, político e de instituições subiram ao carro de som para falar com a população sobre o desmonte do estado e da sociedade brasileira que estão sendo conduzidos por uma aliança do legislativo e do executivo.
Após as falas, os manifestantes marcharam pelas ruas centrais da cidade e foram, aos poucos, fechando o comércio local enquanto entoavam “fecha, a grade contra a PEC da maldade”. O objetivo foi o de conversar com os trabalhadores sobre as consequências da proposta. Diversos materiais informativos foram distribuídos no percurso.
Mobilização nas Bases: Os sindicalizados do Sinasefe-IFSul participaram e auxiliaram na organização dos atos em diversas cidades do estado. Foram realizadas marchas e/ou aulas públicas nas cidades de Bagé, Camaquã, Porto Alegre, Santana do Livramento e Venâncio Aires. No IFSul de Passo Fundo, foi realizada um roda de conversa sobre o impacto da PEC 55. Após a atividade, representantes do Sinasefe-IFSul que visitavam o campus participaram de uma caminhada dos trabalhadores pelo centro da cidade.
Audiência Pública em Porto Alegre: No dia de paralisação geral que mobilizou classes de educação, segurança pública, transporte em todo o país, uma audiência pública convocada por deputados Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul lotou o auditório Dante Barone com professores, estudantes, movimentos sociais e deputados estaduais e federais do Estado, para discutir os efeitos da PEC 241 – agora 55, no Senado, a PEC do teto de gastos – e da MP 746 – que propõe a reforma do ensino médio em todo o país. O Sinasefe-IFSul levou um ônibus com servidores e estudantes para audiência pública. Fizeram parte da mesa o reitor do IFSul, Marcelo Bender, e a representante do movimento #OcupaIFSul, Manu Schonhofen, que emocionou e foi aplaudida de pé pela plenária com a fala:
"Essa PEC afeta as crianças, os jovens, as futuras gerações que terão de contar com um serviço público ainda mais precário. Como uma reforma do Ensino Médio? O nome disso é sucateamento da educação pública. A crise educacional no Brasil não é uma crise, é um projeto. Como se isso não bastasse, temos um PL 867, que visa exterminar o pensamento crítico. Isso é inadmissível, intolerável, nós somos o futuro desse país”, afirmou Manu. “Contamos ainda com um presidente que, além de golpista, desmoraliza a juventude e diz que ela nem sabe porque está lutando. Nós sabemos o porquê de estarmos aqui, ele que não sabe o que é voto. A gente conta também com uma mídia manipuladora e que não sabe praticar o jornalismo independente. Um MEC (Ministério da Educação) autoritário que pede sem nenhum motivo cabível a identificação dos alunos ocupantes. Um MEC que esquece de apontar os Institutos Federais no ranking do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Um Congresso que permite essa afronta. Consertar o Brasil, senhores deputados, é tirar os direitos de quem não tem? Quem somos nós afinal? Aqueles que nos chamam de manipulados, quando a gente decide começar a participação na vida política, são os mesmos que dizem que jovem é emancipado, que jovem sabe o que faz quando o interesse é a redução da maioridade penal. Se decidam. E volto a afirmar, educação não é gasto, educação é investimento. Eu, como estudante secundarista, com orgulho participante da primavera estudantil, da primavera secundaristas, digo para vocês: isso é só o começo”.
Após a audiência, o grupo do Sinasefe-IFSul participou de um ato que iniciou na esquina democrática e percorreu o centro da capital. A atividade foi pacífica e baseada na distribuição de materiais informativos sobre os ataques do governo e em uma caminhada com cartazes e faixas. Ainda assim, o ato foi marcado pela forte repressão policial que, mesmo após o encerramento das atividades, continuou bombas de gás para dispersar os manifestantes que permaneciam na região central.