146ª PLENA avalia conjuntura e reafirma importância da mobilização
Avaliação coletiva da conjuntura nacional foi o destaque nos debates da 146ª PLENA na quarta-feira, 30. A atividade foi realizada no Hotel Nacional em Brasília-DF nos dias 30/11 e 1/12. Este foi o primeiro fórum da Greve 2016, a plenária teve a participação de 33 Seções Sindicais do SINASEFE, representadas por 52 delegados e 27 observadores.
Conjuntura
A mesa de conjuntura da Plenária Nacional teve a participação de integrantes do movimento estudantil, popular e sindical. Gustavo Serafim da Ocupação da UnB e Luiz Paulo da Fenet, representaram os estudantes. Victor Guimarães falou pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Pelas centrais sindicais, Antônio Carlos Victorio (Jacaré) representou a Intersindical e David Lobão a CSP-Conlutas. Julio Mangini fez a intervenção pelo Comando Nacional de Greve do SINASEFE (CNG).
Gustavo problematizou o afastamento do movimento sindical das lutas de rua e necessidade de estratégias radicalizadas diante da votação da PEC nesta terça-feira (29/11). Luiz Paulo saudou a mobilização dos estudantes em toda a Rede Federal e a combatividade dos lutadores diante da repressão da PMDF.
Para Victor Guimarães, do MTST, dois desafios estão colocados como urgentes: organizar os diversos setores da esquerda e fazer com que as pessoas que questionam Temer sintam-se representadas pelo movimento dos trabalhadores. “A esquerda não pode mais ficar fora do jogo, que hoje está dominado pela direita representada por Moro, Bolsonaro e companhia”, lembrou Victor.
O representante da Intersindical, conhecido como Jacaré, chamou atenção para os exemplos da barbárie do capital dos últimos meses e importância de “perder as ilusões no Estado e na democracia burguesa”. “Ainda estamos longe de ter forças para assustar os senadores e o estado como gostaríamos”, destacou o militante.
Lembrando os esforços da CSP-Conlutas para a construção da Greve Geral e pela derrubada da PEC55, David Lobão reafirmou a importância da unidade. “O cenário é difícil, mas não devemos entender a perda de uma batalha como a derrota de uma guerra”, afirmou Lobão.
Finalizando as apresentações da mesa, Julio Mangini, do CNG, afirmou que o movimento de construção da greve em 2016 se deu pelas pelas bases “A mobilização dos estudantes foi fundamental para alavancar o movimento paredista na Rede Federal”, lembrou Mangini.
Informe Jurídico
Os debates da quinta-feira, 01, iniciaram com o informe da Assessoria Jurídica Nacional do SINASEFE. O advogado Valmir Andrade explicou que a AJN está atenta aos possíveis cortes de ponto e entende que a negociação política com os gestores deve ser a prioridade, já que a greve é um movimento político. "Em casos específicos onde não exista possibilidade de negociação com gestores, a AJN vai disponibilizar mandato para entrada na justiça local, não prejudicando assim quem conseguir segurar o corte", explicou Valmir.
Calendário
A PLENA indicou a realização de atos nos estados na votação em segundo turno da PEC 55. Ainda assim, o SINASEFE vai participar da construção coletiva do enfrentamento à aprovação da proposta junto às outras entidades. Existe possibilidade da votação acontecer a partir do dia 07/12, com prazo de 13/12 de teto.
Reunião com entidades da educação
A repressão policial enfrentada pelos lutadores na manifestação de 29/11 foi pautada na reunião com as entidades que organizaram a marcha. Propostas de elaboração de uma carta dos movimentos e entidades envolvidos, a organização de uma plenária contra a repressão e conversa com o governador do DF foram discutidas inicialmente neste espaço. O SINASEFE participou da reunião com membros do CNG e da Direção Nacional.
Reunião com CONIF
Integrantes da DN que participaram da reunião com o CONIF nesta quinta (01/12) apresentaram breve informe na Plenária. Durante o encontro o SINASEFE tratou das ameaças de corte de ponto e o colegiado de reitores sinalizou apoio às reivindicações do movimento paredista. No entanto, foi colocada pelos dirigentes da Rede a possibilidade de emissão, por parte da AGU de um parecer de força executória. Este documento obrigaria os gestores a cortar o ponto, a partir daí foi colocada a impossibilidade de não cumprir a determinação. Em breve será publicado relato completo da reunião.